04 março 2022

Quebrando os silêncios em torno do abuso sexual


Realizamos uma Live no perfil de nossa ONG no Instagram sobre abuso sexual infantil. Mediante o pedido de continuidade por parte dos seguidores, resolvi elaborar um projeto que tem uma proposta simples e direta, profunda e libertadora. Como algo pode ser simples, libertador e direto? Tudo o que é libertador traz em seu bojo lutas, superações, fracassos, sucessos.

Esse é o ponto! Muitas vezes as respostas para perguntas e questões mais difíceis e complexas em nossas vidas são simples e diretas.

Por exemplo: O casamento está ruim, muitas brigas, frustrações, traições, as vezes violências e abusos de vários tipos. Nada de amor, de carinho ou respeito. Qual a resposta para essa questão? Sair, meter o pé, se posicionar, sair do silêncio, buscar a felicidade. Mas o que fazemos? Ficamos, sofremos, reclamamos, nos calamos.

Outro exemplo: O trabalho está ruim, paga pouco, não há respeito entre subordinado e chefe, muitas brigas e discussões entre os funcionários, um clima organizacional pesado. Qual a resposta? Sair, meter o pé, buscar algo melhor, mais leve. O que fazemos? Ficamos, Insistimos. Nos desgastamos emocional e fisicamente. Adoecemos.

Observem com atenção o que está escrito acima. Leiam de novo. Perceberam? As respostas são simples e diretas. Não concordam?

Se é assim, por que ficamos? Por que não saímos? Por que aturamos? Por que sofremos?

Vou colocar mais um pouco de lenha na fogueira. Notaram que, geralmente, diante dessas situações, quem está fora do contexto sempre tem uma resposta pronta, na ponta da língua para julgar ou criticar quem está vivendo a situação?

Estou errado? Sabemos que não. Nossa experiência de vida confirma isso.

Então por que não saímos? Justamente por estarmos dentro. Sim, estar dentro significa ter envolvimento afetivo, emocional, pessoal, sonhos, expectativas, esperança, amor, inseguranças, medos, fé, entre outros.

Antes de continuar devo destacar que não tenho a resposta para a pergunta: Por que agimos assim?

Mas tenho a experiência teórica, profissional e de vida, para me colocar diante de vocês e levantar essas e outras questões que, vocês já vivenciaram   em suas vidas. Se não igual, bem parecidas.

Esse é o pulo do gato que discutiremos em quatro Lives quinzenais, onde abordaremos questões ligadas a relacionamentos abusivos, disfuncionais, violentos, etc.


Primeiro encontro: O silêncio e a dor em relações abusivas

Vamos abordar a dor e o silêncio em relações abusivas, de forma respeitosa e acolhedora. Esse silêncio tem uma função para a pessoa. E deve ser respeitado, sim! Isso não quer dizer que deva ser ignorado. Ao contrário, deve ser entendido, refletido e confrontado pela própria pessoa.

Nossa Live acontece no próximo dia 7 de março, às 19 horas, no perfil @maes_do_brasil. Espero vocês.

Gilberto Fernandes, psicólogo.


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