Ontem fui com a Mãe do Brasil Raquel
Gonçalves a première carioca do filme Os Suspeitos, de Denis
Villeneuve e tendo Hugh Jackman e Jake Gyllenhaa como protagonistas. Foi
o primeiro evento da parceria que o Portal Kids, pelo projeto Mães do Brasil,
está iniciando com o projeto Meu Filho Sumiu, uma plataforma de divulgação de fotos
de pessoas desaparecidas. O filme conta a história de um pai que leva o
desespero pelo desaparecimento da filha, e de uma amiguinha dela, as últimas
consequências. Acreditando que o policial encarregado de investigar o caso está
desistindo de procurar a menina, ele sequestra e tortura um dos suspeitos, com
o objetivo de fazê-lo confessar onde estão as crianças.
Exageros fictícios a
parte, muitas situações experimentadas pelos familiares das meninas e pelo
dedicado policial que as busca, estão ali representadas por quem, como eu e
Raquel, tem essa vivência na vida real. É sempre doloroso assistir o próprio
drama pela tela de cinema. Tanto para quem o vive na própria pele, como para
quem com ele se envolve. Só recentemente tomei coragem de assistir ao filme Um
Olhar do Paraíso, de Peter Jackson, que mostra a visão que uma menininha
sequestrada e assassinada, interpretada por Saoirse Ronan, tem do
paraíso, enquanto seus pais, na Terra, se desesperam com seu misterioso
desaparecimento. Assisti a esse filme de minha casa, pela TV, e por várias
vezes ameacei desligar o aparelho. Não consegui. Cheguei a passar mal com o
desfecho do filme, acompanhando a dor pelo ponto de vista da criança vitimada.
Ontem, também tivemos
reação semelhante ao constatar a impotência e o desespero da família do filme,
a frustração do policial, os erros cometidos pelas autoridades e o passar
implacável do tempo sem que as crianças apareçam.
“Você quer ir embora?”
– perguntei a Raquel.
“Acho que sim” –
respondeu, incomodada.
Nos questionamos,
porém, se não ficaria indelicado com nossos parceiros tão gentis. Acabamos
ficando, não só em respeito aos nossos novos parceiros, mas pela necessidade de
entender o inexplicável: Por que diabos um ser humano tira uma criança do
convívio de sua família causando tamanha devastação em tantas vidas?
Larissa, a filha de
Raquel, sequestrada aos 11 anos, hoje está com 17. Seis anos, uma eternidade de
dor e sofrimento. Depois de constatar isso, Raquel observou, comparando sua
postura de vida com a do pai do filme:
“É Wal, perdi uma
filha, mas conservei a dignidade e ganhei a mim mesma. Não foi uma troca justa,
desejada, mas foi à única coisa que me restou.”
Na foto Raquel com o diretor do Meu Filho Sumiu, Bruno Neves e com Larissa, sempre no coração
Nenhum comentário:
Postar um comentário