17 maio 2008

Matéria publicada no JB - Caderno Cidade

Parceria para evitar o seqüestro de crianças

Empresa vai afixar 200 cartazes em ônibus do Rio

Júlia Moura

Do JB Online

Começa na próxima semana uma ação para tentar achar o paradeiro de crianças e adolescentes desaparecidas. A Organização Não-Governamental Portal Kids realiza o projeto "Não deixe que essa história se repita", que irá afixar em ônibus da Empresa Rio Ita Ltda. cerca de 200 cartazes com a foto de crianças desaparecidas, contando como foi o seqüestro com o objetivo de alertar a população. Além disso, o cartaz terá uma dica de prevenção.

Paralelo a isso, a organização irá se reunir com o secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, para cobrar providências em relação ao dossiê entregue em fevereiro sobre o desaparecimento de 14 crianças e adolescentes. De acordo com a presidente da ONG, Wal Ribeiro, a troca constante de delegados responsáveis pela apuração do dossiê vem prejudicando o andamento das investigações.

O dossiê, de acordo com Wal, foi entregue ao secretário, resultado de investigações realizadas pela ONG durante quatro anos.

- Na época em que entregamos o dossiê, o secretário Beltrame prometeu às mães das crianças desaparecidas botar uma delegada para acompanhar o caso. Na semana passada quando liguei para saber sobre as investigações, eu descobri que ela havia sido transferida - disse a presidente do Portal Kids.

De acordo com a Secretaria de Estado de Segurança Pública, houve um primeiro contato entre representantes do Portal Kids e a reunião ainda será marcada.

Primeiros passos

A investigação do Portal Kids junto à polícia, levou a prisão de Fernando Martinho de Melo, no dia 7 de fevereiro, como suspeito de raptar várias crianças, entre elas Larissa Gonçales Santos, que desapareceu em 3 de janeiro último, na Favela Barreira do Vasco, em São Cristóvão. Além de Larissa, Fernado também é apontado como suspeito de participar do desaparecimento de Thais de Lima Barros, 9 anos, ocorrido em 22 de dezembro de 2002.

Cinco dias após a prisão, Fernando foi solto pois tinha um álibi. Segundo a presidente da ONG, Fernando teria sido reconhecido, no caso de Larissa por oito testemunhas do seqüestro. A partir daí, as investigações pouco caminharam e o suspeito continua solto, de acordo com Wal.

Na próxima segunda-feira, representantes da ONG vão se reunir com o delegado Deoclécio de Assis, da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), que teria se interessado em dar continuidade às investigações. Segundo o Portal Kids, uma promotora também teria se interessado no caso.


- Nós queremos uma mudança na política de atendimento a casos de seqüestro sem pedido de resgate. Um dos nossos objetivos é revelar esse universo meio absorvido pela idéia que as crianças fogem por maus tratos. Isso não é verdade. Essa é nossa grande luta - finaliza Wal.

Nenhum comentário: