20 setembro 2009

Qual a alternativa?


Assisti a um filme antigo que trata sobre o desaparecimento de crianças, A Cor de Um Crime (2006), do cineasta Joe Roth. É a história de uma mãe solteira interpretada pela atriz Julianne Moore que diz que seu filho de quatro anos (participação do garotinho Marlon Sherman) foi sequestrado por um afro-americano que furtou o seu veículo. As investigações para se descobrir o paradeiro do menino branco acabam criando um conflito racial. O caso começa a ser cuidado por um policial negro, vivido pelo ator Samuel L. Jackson, que pede a ajuda de uma mãe de criança desaparecida, que se tornou especialista na solução deste tipo de crime. Em determinado momento do filme a mãe da criança desaparecida, a atriz Edie Falco, começa a contar a personagem de Julianne o que tem sido sua vida desde que seu filho desapareceu misteriosamente, como sua relação com o marido e os outros filhos foi afetada, já que a própria família não entende que ela dedique todas as horas de sua vida para saber o que aconteceu e a tentar localizar outras crianças. Após ouvir o emocionado relato a personagem de Julianne acaba confessando ao detetive que matou o filho acidentalmente e mostra onde o enterrou. O filme é interessante não só porque mostra os dois lados: a mãe negligente e a mãe que de vítima se torna lutadora (como são as do grupo Mães do Brasil), mas também por essa cena em que Edie Falco (foto) fala sobre o universo das mães que tem o filho desaparecido e que sacrificam tudo - vida, trabalho, família - em busca do filho que se foi. Isso aconteceu com Vera Lúcia Flores Leite, a Mãe de Acari, que faleceu no ano passado, sem descobrir o que aconteceu com sua filha desaparecida Cristiane Leite de Souza (foto) e com muitas outras mães que passei a conviver. Realmente, reencontrar o filho se torna uma tortuosa obsessão. Mas, resta outra alternativa para essas mães?

Por Wal Ribeiro

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