Acho que se nosso trabalho fosse um filme seria O Piano, da diretora neozelandesa Jane Champion, de 1993. Em especial aquela cena em que o piano, único instrumento de comunicação da pianista interpretada pela atriz Holly Hunter, é jogado ao mar para evitar que o barco afunde em meio a uma tempestade. A pianista é lançada ao mar por um descuido, mas opta por desapegar-se do instrumento e submergir para vida.
Às vezes sinto que as pessoas veem nosso trabalho como esse piano. Esperam e creditam a ele a ação que vai retirá-las do naufrágio.
Gostaria tanto de que as pessoas se enxergassem como eu as enxergo. Com capacidade de romper com o apego e submergir usando sua própria força. Aquelas que conseguem isso é que criam algo novo. Mudam de fato a sociedade.
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