Ontem, entretanto, após dormir questionando a vida, depois de 10 dias da perda, eu sonhei com esse amor que se foi... Sonhei que ela se aproximava de mim, e eu não conseguia me mexer na cama, só conseguia apenas olhar seu rosto e escutar a sua voz. E, para minha surpresa, ela me olhou com uma expressão de quem dizia mais ou menos: "Se você soubesse..." Ela me olhava como quem diz: "Fique calmo, você nem imagina como estou bem..." Se isso realmente foi real, eu não sei, mas parecia que ela dizia: "Me libertei de um sofrimento". Neste sonho, eu perguntava para ela: "Mas por quê?" E ela passou a mão na minha cabeça e disse: "Você pode não acreditar mais em Deus, você pode ter perdido a sua crença, mas não perca nunca a sua fé!" Acordei confuso, feliz, mas confuso e fui procurar a diferença entre crença e fé! Descobri que ter uma crença é acreditar somente em UMA coisa, daquela maneira, daquele jeito, somente com aquela explicação, fechando-se para as demais suposições... E que, diferente da crença, a fé é acreditar que algo existe, mesmo sem saber de que jeito a fé existe, de que jeito ela age, como, quando e porquê ela funciona de uma determinada maneira, me abrindo assim para uma rede de possibilidades.
Gostaria então de passar esta experiência para todas as mães, com a seguinte mensagem que me foi dada por quem eu muito amei: "Você pode não acreditar mais no que acreditou a sua vida inteira, você pode não conseguir mais se apoiar em uma crença, você pode não ter mais esta crença, mas não pode perder nunca a sua fé, porque é ela que te faz acordar, levantar e dar um passo em frente, dia após dia."
É como dizer que: "Você pode não acreditar mais que é dessa maneira, que é deste jeito, mas pode acreditar que é de outra forma que você ainda não descobriu." Tenho certeza que se seus filhos desaparecidos pudessem dizer algo para vocês agora seria isto: "Não percam jamais a Fé! Se realmente perderam as suas crenças, não deixem que também se perca a fé, pois sem ela, a vida não teria o menor sentido..." Agora que cheguei ao fim deste post sinto lá no fundo do meu coração uma voz suave e confortável dizendo pra mim: "Não é preciso estar perto para estar junto, pois o amor de mãe e filho não se separa jamais..."
Por Alessandro Lo-Bianco
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