21 agosto 2014

Respeitem nossa dor por Thais



Essa noite tive um pesadelo, cenas confusas sobre um exame de DNA que estava finamente sendo realizado para descobrir se Thais, a menina que buscamos desde o ano de 2005, está viva ou morta. Acordei aflita. O sonho até se justifica. Hoje, Elisabete Barros, a mãe de Thais, esteve no Ministério Público para tomar informações sobre a audiência que será realizada no próximo dia 26, que julgará a participação do suspeito do sequestro de sua filha de 9 anos, levada na véspera de Natal de2002 de uma feira livre em Vila Kennedy, subúrbio do Rio, quando comprava sorvete com um primo. O menino ficou, hoje é uma das testemunhas do processo.

No fim do ano passado, durante audiências da CPI da Exploração Sexual da Criança e do Adolescente e da CPI do Tráfico de Pessoas, a força tarefa designada para investigar o caso das meninas, garantiu que o exame de DNA seria finalmente realizado. Como também que a Delegacia dos Desaparecidos do Rio de Janeiro seria inaugurada em julho de 2014. Se as mães tivessem ido para a rua acorrentadas pelo pescoço – e não o foram porque as duas ações foram prometidas – será que o DNA já não teria sido realizado e a delegacia estaria funcionando?

Anos de luta para o julgamento emperrar pela falta de um exame de DNA. Será que as autoridades pensam por um momento o que esses 12 anos sem saber o que aconteceu com a filha, se está maltratada, prostituída, morta e os ossos enterrados como de uma indigente significaram para a vida da Elisabete? Ela nunca desistiu, mas está no limite de suas forças, saúde, tristeza e exaustão. Só mais um pedido autoridades brasileiras: Tenham respeito com a dor do semelhante. E se essa linda menina fosse filha de vocês?

Por Wal Ribeiro

wal.ferrao@portalkids.org.br

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