Elisabete Barros, coordenadora do grupo, questionando na manifestação em dezembro |
Recebemos convite da Fundação para a Infância e Adolescência (Fia) para participar de uma ação de distribuição de pulseiras neste dia 30 que aconteceu nas rodoviárias hoje, com o seguinte título: "Criança não se perde, criança é perdida."
Gostaríamos de publicamente justificar a ausência das Mães
do Brasil na ação pelos seguintes motivos:
Todas nós trabalhamos para sustentar família e não podemos
nos ausentar do serviço para fazer um papel que cabe ao Estado do Rio de
Janeiro.
E também por não concordar com a declaração de que “Criança
não se perde, criança é perdida”;
PERDIDA POR QUEM?Provavelmente por falta de cuidado dos pais? Realmente, muitas crianças se perdem em praias e grandes eventos como o que acontece amanhã no mundo inteiro, mas são facilmente localizadas e não podem ser consideradas crianças vítimas de desaparecimento. Pensar assim mascara um problema muito mais grave e que destroi a vida de muitas famílias, como as nossas, por exemplo. Aproveitamos a ocasião para alertar mães, pais e responsáveis para que realmente tenham cuidado redobrado com seus filhos nessa época, pois existem redes criminosas que se aproveitam de crianças são travessas e conseguem driblar a fiscalização dos pais nessas festas para sequestra-las em época de feriado para o tráfico humano, a exploração sexual, a adoção ilegal e o tráfico de órgãos. Uma vez perdido e sequestrado, seu filho pode acabar se tornando uma criança desaparecida e aí é que entra nossos questionamentos:
Quem perpetua a condição perdida de uma criança e a transforma em criança desaparecida? Onde estão as
investigações? Onde estão as políticas públicas para os familiares de
desaparecidos? A visibilidade para nossa causa? O atendimento psicossocial às
famílias? Cadê a polícia para investigar? Cadê o nitrogênio para examinar
cadáveres encontrados de crianças? Esperamos o resultado de um exame de DNA que
começou a ser realizado há um ano e recentemente descobrimos que faltava nitrogênio para o
exame. Onde estão os corpos de crianças assassinadas? Corpos enterrados como
indigentes são preservados? E as investigações nos abrigos que acolhem
portadores de doenças psíquicas que também se perdem nesses eventos e em outras situações? Existe um cadastro?
Antes de insinuarem que
um filho se perde por negligencia nos respondam essas perguntas.
Existem crianças que são retiradas de dentro de suas casas e cujos
suspeitos foram inocentados justamente pela investigação que não ocorreu. O
tempo passou, dizem. Mas a nossa dor não! Já que não resolvem nossos casos,
pelo menos respeitem nossa dor!Que nossa causa em 2016 seja encarada com mais respeito. É um de nossos desejos para o ano novo que se inicia.
Mães do Brasil
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