21 agosto 2018

Mulheres contam com o Nudem para se defender conta a violência

Dra, Simone Estrellita, foto divulgação Nudem

Há 22 anos a mulher vítima de violência tem à sua disposição um lugar de apoio e amparo no Rio de Janeiro. Trata-se do Núcleo Especial de Defesa dos Direitos da Mulher e de Vítimas de Violência de Gênero (Nudem) da Defensoria Pública. Ele fica localizado na Rua do Ouvidor, 90/4º andar, Centro do Rio, é coordenado há dois anos pela defensora pública Simone Estrellita. “Trabalhamos para evitar o feminicídio. As mulheres não podem mais morrer por serem mulheres. Há dois anos viemos escutando e conseguimos identificar o medo imediato dessa mulher. A  gente procura dizer para ela que ela não está sozinha, que estamos juntos”, explica Dra. Estrelitta.

De acordo com a defensora, o Nudem possui várias portas de atendimento.  Na primeira, o órgão atende a violência doméstica contra a mulher, dando amparo a vítima no momento de deflagração da ação civil ou penal. Cabe a ele tomar as medidas cautelares, amparando-a para interromper esse ciclo de violência cometido contra ela. “Propomos ações cíveis que irão ampará-la. Entendemos que a violência doméstica é um processo. Temos uma equipe técnica que faz um atendimento amplo a essa mulher e uma rede que poderá apoiá-la, como as entidades de defesa da mulher. O nosso objetivo é dar empoderamento e fortalecimento a essa mulher que está tão vulnerável”, esclarece Simone Estrellita.
Simone reconhece que muitas instituições falham no dever de protegê-la, vulnerabilizando-a ainda mais. Com estratégicas específicas, o Nudem tem o cuidado de reparar essa falha. “Muitas mulheres que sofrem a violência doméstica não são amparadas por nenhuma instituição. Aqui no Nudem é preciso ouvir a dor dessa mulher. Explicamos a ela o que acontece nessa seara criminal, traduzindo um cenário até então desconhecido para ela. Damos toda a orientação que necessita.”
Violência obstétrica
A violência obstétrica é outra violência muito comum. Hoje, um número expressivo de mulheres morre por falta de orientação. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgados no ano passado, 830 mulheres morrem por dia vítimas de complicações com a gravidez ou relacionadas ao parto. “O Nudem tem ferramentas para condenar o estado para que ele tome providências para evitar que isso volte a ocorrer”, informa a defensora.
Uma das violências mais modernas, a violência virtual, também é cuidada com atenção pelo Nudem , que ingressa com as ações para proibir o autor do crime a continuar publicando nas redes sociais. “A violência virtual é do nosso século. Ela extermina a atuoestima da mulher.”
Simone Estrellita acredita que o empoderamento feminino serviu como freio para as muitas atitudes e comportamentos violados. “Mas ainda temos um longo caminho a percorrer. Se uma mulher sofre violência, ela rompe esse clico, mas tem gente que não consegue colocar esse limite. Seja por dependência psicológica ou financeira. Conscientizamos essa mulher que ele não tem mais direito que ela. Todos têm o mesmo direito", finaliza.

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