06 março 2020

Projeto Agatha



A tragédia ocorrida com Agatha, 8 anos, a menina da foto (álbum familiar), que foi vitima de bala perdida ano passado no Complexo do Alemão, motivou a criação de um projeto que visa dar prioridade as investigações de crianças assassinadas.
O "Projeto Agatha", de número 1622/2019 foi aprovado em primeira discussão ontem, quinta-feira (05), na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). De autoria da Deputada Renata Souza (PSOL), presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Alerj, e retornará à Casa para uma segunda votação.

Vanessa Sales Félix, mãe de Agatha, acompanhou a votação no plenário da Alerj: “Acho um absurdo e ao mesmo tempo vergonhoso, em um Brasil tão rico, precisar de uma lei para que outras crianças não morram. Essa lei dará visibilidade para outros casos. As leis são feitas para serem respeitadas, espero que isso (mortes de crianças) não aconteça”, disse Vanessa. “Priorizar a investigação em casos de crianças e adolescentes, deveria ser um padrão para os entes investigativos. É importante ressaltar que não existe bala perdida, essa bala para em algum corpo. Infelizmente esse corpo é, muitas vezes, jovem, negro, da favela e da periferia. O Estado precisa dar respostas a estas famílias priorizando as investigações sobre a morte destes jovens, respondendo de onde saiu a bala que matou seus filhos, mas também garantindo a estas famílias um retorno considerável no que tange a verdade sobre o que aconteceu com suas crianças” declarou a deputada Renata Souza, autora do projeto de lei.

O texto retornará para uma segunda discussão na Assembleia Legislativa e uma vez aprovado pela Casa vai para sanção do governador Wilson Witzel.

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