27 março 2006

Reportagem do Jornal "O Povo"


Atualizando o clipping do Portal Kids li trecho de matéria de Renata Onaindia, publicada pelo Jornal O Povo em 12/02/2006, que leva ao debate:

UMA DAS PRIORIDADES DO GOVERNO LULA ERA O COMBATE À EXPLORAÇÃO SEXUAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES

No dia 21 de agosto de 2003, a assessora especial da Secretaria Nacional de Justiça, Cláudia Dias, deu uma entrevista para o portal do Ministério da Fazenda, comentando que uma das prioridades do governo Lula era combater a exploração sexual de crianças e adolescentes. O presidente teria dado ao Ministério da Justiça a missão de mudar a maneira de tratar o tema, como investigar casos exemplares e contribuir nas investigações para punição de redes criminosas; fazer um diagnóstico da situação dos serviços de atendimento e investigação e responsabilização para propor mudanças nas políticas públicas. Mudar a visão da sociedade, discutindo a questão cultural e ainda analisar a legislação e propor alterações necessárias.
Segundo informações da Siafi, sistema que registra as receitas e despesas da União, no mesmo ano, dos R$ 555 mil previstos para a Rede de Identificação e Localização de Crianças e Adolescentes Desaparecidos, a Redesap, criada em 2002, nada foi utilizado. Em compensação, no mesmo período a Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH) gastou mais de R$ 400 mil com diárias para os servidores do órgão. Segundo informações da SEDH, em 2005, a ação de “Implantação de Rede de Identificação e Localização de Crianças e Adolescentes Desaparecidas” teria sido atingida pelo contingenciamento imposto pelo governo federal. Embora estivessem previstos na Lei Orçamentária Anual, os R$ 197 mil não foram liberados nem mesmo para empenho pelo Ministério do Planejamento. Com o bloqueio dos recursos orçamentários, a Redesap foi obrigada a recorrer a outras fontes de financiamento, provenientes de parcerias firmadas e do Fundo Nacional da Criança e do Adolescente (FNCA).
Enquanto o dinheiro público não é liberado, cerca de 10 a 15% de crianças e adolescentes seqüestradas por bandidos e largados pelo poder público de todo o Brasil, estão sem destino e, quem sabe, serão reencontrados.


Ingrid Vanessa Cunha Pitanga (foto), 10 anos, desapareceu em 06/09/2001. Foi o primeiro caso de meninas desaparecidas de forma enigmática ou seqüestradas que chegou ao Portal Kids. Atualmente, temos cadastrados 11 casos de meninas que foram tiradas do convívio de suas famílias de forma semelhante. Uma teve o corpo localizado em 2002 num terreno baldio. Amanda tinha nove anos, era encantadora, gentil e carinhosa. Seus irmãos gêmeos, hoje com sete anos, a consideravam um "anjo." Amanda deixou um vazio na vida de sua mãe e de sua família que nunca poderá ser preenchido. Assim como Ingrid, a Kika, como era carinhosamente chamada por sua mãe Elizângela. Desde que Ingrid desapareceu, quando saiu para levar o primo de seis anos na escola, não há uma noite em que Elizângela não questione: "Onde estará a filha que criei com todo amor e carinho? Na mão de quem? Aconteceu com Ingrid o mesmo que aconteceu com Amanda?"

Informações sobre o paradeiro de Ingrid: maesdobrasil@portalkids.org.br

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